eu sempre quero tanto, tanto de mim. ter algum controle sobre algumas coisas tão minhas que deveriam permanecer sob minha decisão. tem gente jogando fora o meu afeto. das descobertas poucas, essa fez efeito quando pude colocar na balança o quanto tinha me doado e o quanto de mim tiraram. e depois jogaram fora. bem simples assim. sei o quão divino é sair pelo mundo afora catando pedaços do próprio afeto e devolver a quem por ventura tenha se desfeito dele. não vou começar a dizer aqui coisas que fariam parecer os meus olhos dois poços fundos de amargura. secaram-se. é. não dói admitir certas coisas, certas desrazões para com o mundo. também não dói admitir o tamanho e a intensidade de certas dores. alivia. em compensação: tem gente conquistando o meu afeto. e é nisso que me concentro, me perco e me encontro. é isso que me faz rir e ficar de pé todos os dias. mas, à noite, eu tenho tempo para a sentir o exceço de tanta falta.